Através de um post do Instagram, me fiz a seguinte pergunta: por que eu faço tudo isso? Por que eu quero levar o que aprendi e vivi para as pessoas? Por que eu caminho longas distâncias? Por que eu tenho essa incansável busca de me encontrar? Pelo que eu carregaria a minha cruz de 33kg? Por que eu quis escrever o livro e quero mais e mais livros? E então fui em busca do meu propósito.
A primeira coisa é que eu não tenho a pretensão de ser famoso. Não tenho intenção nenhuma de ser uma figura pública conhecidíssima no meio. A minha resposta é querer levar até as pessoas as minhas experiências e vivências, quero passar para elas que elas podem crescer, que elas podem evoluir, que elas podem acreditar e viver seus próprios sonhos.
E por que tenho esse propósito dentro de mim?
Porque eu gosto e viver a experiência, aprender, sentir, viver intensamente o autoconhecimento e porque eu quero levar isso para os outros.
Eu sempre paro para pensar o que viveu a pessoa que acabou de morrer. O que ela fez da sua vida. Penso que no momento da morte o que foi, foi. Não tem mais o que é pra ser. Eu acredito que seja porque eu sempre faço a reflexão do que minha mãe viveu em seus quase 43 anos de vida. Eu, quando passei pela data de morte dela. A idade que eu tive, no dia que ela faleceu. Eu pensei que naquele dia era se como eu perdesse a vida. Como se naquele dia, idade exata que minha tinha, eu não tivesse mais chances de viver novas experiências, aprendizados e não poderia deixar nada aqui para meus filhos.
Minha mãe tinha sonhos e se dedicou intensamente e exclusivamente para a criação dos filhos, sempre esperando o momento dos filhos se formarem, seguirem suas vidas e ela poder então realizar os seus sonhos. Ela não conseguiu chegar no estágio de viver os sonhos dela por causa da morte imatura.
Talvez esse episódio tenha feito de mim, só agora com 40 anos dar sentido à minha vida e passar para as pessoas que elas devem dar sentido à vida delas também. Que devem correr atrás dos seus sonhos, mas curtindo a caminhada dessa busca e que isso seja uma espécie de obrigação. E as vezes eu me pego não fazendo o que eu digo para fazerem.
Quando eu falo os outros, eu incluo de maneira bem forte e intensa os meus filhos. Tanto que a principal mudança na minha vida se deu com o nascimento do Guilherme. Acho que na situação de pai, eu entendi o que é ter um propósito e deixar um legado para os filhos. Tentar viver de forma a dar o exemplo da forma de vida, da busca dos sonhos, do enfrentamento do desafio, da adaptação ao meio, quero que eles saibam buscar as coisas na vida deles. E eu quero ser o exemplo disso. Por isso eu carrego essa cruz.
Legado
E é esse meu propósito, meu significado. Acho que meu maior medo hoje é partir sem deixar um legado para as pessoas e principalmente para meus filhos. Levar a vida sempre de maneira positiva. Isso que eu quero passar para eles. E quando eu partir, a melhor referência deles ser eu.
Seria como se eu tivesse me preparando para fazer os outros entenderem e viverem bem me preparando para deixar esse legado para meus filhos, mas essa preparação me custa. Custa a minha dedicação, meu tempo. E nesse tempo eu trouxe o essencial na minha vida com relação a matéria e pessoas e não assimilei sobre o tempo e tarefas.
Eu tenho a sensação que depois que minha mãe morreu eu peguei essa missão, esse propósito para mim no inconsciente. Porque ela morreu quando eu tinha 20 anos e só me despertou aos 40, quando virei pai. Parece que nesse momento essa missão que tinha ficado dentro de mim, reviveu.
Esses projetos na minha vida em vários momentos são como carregar uma cruz, pois muita coisa acontece no percurso para fazer com eu desista dessa ideia, muitos problemas, adversidades, situações inusitadas, etc
Até os 40 anos eu não entendia isso. Parece que eu mesmo, a situação caminhou para o não entendimento e o click se deu exatamente quando o Gui nasceu. Tem uma razão para isso. E agora parece que eu quero tirar o tempo perdido também. Penso porque não amadureci antes, enxerguei antes, me conheci antes… pensando nisso, dessa maneira, criou-se em mim um sentido de urgência. E essa urgência, trazendo ansiedade, é que me fez sair atropelando as coisas, tentando me resolver a qualquer custo e forma. Atropelando as coisas, pela característica de urgência.
A questão de eu não trazer o essencialismo para minha vida relacionado a tempo e tarefas tem a ver com os “nãos” que não consigo dar. Eu dou sim para todo mundo, não consigo dizer não e por isso eu também saio atropelando o tempo. E esse sim que dou para os outros, talvez seja em consequência ao “não” que dei no dia que minha mãe saiu de casa pela última vez. Quando nem virei da minha posição da cama para despedir. Parece que o que ela viveu antes, tinha a “não” participação minha e não pude ajudar. Eu trabalhei isso muito no CS, mas no meu inconsciente eu ainda vejo que há reflexos. Além de ajudar os outros com a fala da minha experiência, eu quero ajudar de maneira efetiva também, dizendo sim para tudo e todos.
Portanto dê sentido à sua vida a partir de hoje. Encontre seu caminho. Mesmo que você ainda não tenha encontrado o seu propósito, viva intensamente cada momento. Ir a fundo nos seus momentos e sentimentos farão você enxergar o porquê de estar aqui. Busque o que é essencial para a sua vida e esteja sempre atento às pessoas que ama e que ainda estão ao seu redor. Conheça a si mesmo e veja uma vida de propósitos surgir.