4 de março de 2016 Antonio Jr

Culpa, de quem é mesmo?

Culpa, de quem é mesmo?

O que te faz achar que o problema está sempre no outro? Em que momento, você passou a acreditar, que seu colo não é lugar onde possa recair qualquer responsabilidade ou culpa? Essas são reflexões que devem ser feitas por quem, em diversas situações, se defende dizendo: A culpa não é minha!

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Em vários casos, a culpa é do governo que não é honesto, da esposa que cobra demais, do pai que nunca compreendeu ou da mãe que não enxergou um futuro. Digamos que você é o último “ser” na escala de culpa. Sabe por que isso acontece? Por que existem pessoas que são especializadas em transferir responsabilidades. Mestres em deixar a culpa escorregar por entre os dedos, sabe “comé”?

A facilidade em se esquivar do problema é infinitamente mais confortável do que encará-lo. Essa é uma prática de grande desmotivação e cria a ilusão de distanciamento do fracasso. Nem o processo de busca pela felicidade é capaz de revertê-la e a ausência de responsabilidade é o combustível de todo o processo.

Além da culpa dos outros, existe a culpa divina, aquela que vem do céu, isto é, o culpado é o Criador. Quando o discurso caminha no sentido do: “Isso não deu certo porque Deus não quis”, “isso não foi pra frente porque não era pra ser” ou “se chegou a esse resultado é porque era pra ser assim” é sinal de que a liberdade deve ser questionada. Para Jean-Paul Sartre, desejar a liberdade é estar dedicado à responsabilidade.

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Ficar estagnado numa posição de carreira, ter dificuldade nos relacionamentos pessoais ou profissionais, medo de elaborar e executar uma tarefa sozinho, podem ser reflexos desse comportamento que leva até mesmo a prejudicar tarefas cotidianas.

O problema pode ser mais grave quando o julgamento passa a ser efetivo, parte inerente à pessoa. O julgamento é uma das manifestações mais constantes e sua competência transcende a competência dos próximos, inclusive da sociedade. O distanciamento é resultado certo, pois a intolerância passa ser de convívio contínuo.

Diante de situações ameaçadoras, a tendência é ir até a última consequência para provar que tem razão. É como uma imersão em um novo mundo, o mundo próprio, sem erros, sem fracassos. Se dizem que o fracasso é uma mensalidade que se paga pelo sucesso, aqueles que se julgam isentos da culpa, sequer fizeram a matrícula.

Outra marca que caracteriza pessoas que não assumem a culpa é o egocentrismo. Para elas é prazeroso acreditar que o mundo está errado. São personalidades não sabem lidar com as derrotas e tampouco com as vitórias. Trabalhar em equipe é sinônimo de desentendimento no grupo.

Se não existe a maturidade para lidar com obstáculos, o crescimento baseado nos erros não ocorre, pois é errando que se evolui. Nos tropeços a conectividade com o avanço acontece, também a melhoria e o aprendizado se enraízam. Assumir culpa é um ato de coragem, discernimento e principalmente, de humildade.

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